ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO
1. Introdução
a) Apresentação do assunto (idéia principal a ser desenvolvida).
b) Posicionamento do autor sobre o assunto.(Argumentos)
2. Desenvolvimento
(Contra-argumentos)
a) Defesa do posicionamento do autor, através de argumentos. A argumentação para tornar-se mais convincente e verdadeira pode valer-se de :
-exemplos
-citações
-fatos acontecidos
-dados comprovados
-causas/conseqüências
-enumeração, etc.
b) Também pode haver contra-argumentos, ou seja, idéias contrárias aos argumentos apresentados. No final, faz-se um balanço e os argumentos devem prevalecer. Na verdade, os contra-argumentos também sustentam a idéia
defendida, o posicionamento do autor.3. Conclusão
a) Retomada de idéia principal e conclusão.
b) Podem-se apresentar sugestões sobre o
assunto.
Exemplo:O casamento atual
O casamento atual, como todas as demais instituições,sofreu incríveis modificações. Se a moça ainda aguarda o cavaleiro montado em um corcel branco e que a faça feliz para toda a vida, vai morrer de velha, nessa espera.
O cavaleiro se desmistificou. Já não vem mais montado,mas sim a pé sofrendo as agruras de um mercado de trabalho cada vez mais difícil para o homem e mais exigente com a sua capacidade.
A mulher tem mais condições de trabalho, por aceitar ganhar menos, trabalhar em qualquer hora, deixando de ver reconhecidas, pelas suas necessidades, as suas qualidades de operária.
O casamento já não diz mais "até que a morte nos separe", pelo menos não se pensa assim, e nem o homem diz para a mulher "mulher minha não trabalha fora de casa". A família é sustentada pelos dois, ou pelo trabalho da mulher
quando o homem fica desempregado. Também os casais já não têm uma casa grande, muito menos quatro a seis filhos para educar. A vida atual exigiu que o apartamento de dois ou três quartos fosse a morada da família. Os pais trabalham, os filhos ficam por conta da avó, ou permanecem sozinhos, ou em
cursos que auxiliam sua vida escolar. Raramente, a família se encontra durante a semana.
Dentro dessas modificações, fica mais fácil a separação quando as desavenças aparecem. E é nesse exato momento que se vê, realmente, que o casamento não foi feito para durar, mas para produzir felicidade. Desde os filhos, todos
querem ser felizes. Se não há entendimento, melhor viver separados do que juntos e infelizes. Os próprios filhos, quando adolescentes, são os que pedem aos pais pela sua separação,tendo em vista as brigas constantes.
A separação é um mal necessário. Todavia, ela precisa respeitar as pessoas que fazem parte da família. É necessário estabelecer um critério para a pensão alimentícia, pois os filhos precisam continuar estudando no lugar onde foram
matriculados, sem que sejam retirados dos colégios que freqüentam, tudo por uma vingança do pai para com a mãe ou vice-versa. Os filhos precisam continuar a contar com a presença dos pais e seus problemas continuam a ser tão importantes quanto eram, quando a família estava unida. O pai e a mãe têm o direito de procurar novos companheiros , pois é imposição da nova sociedade. Por sua vez, precisam ser respeitados pelos antigos companheiros, porque de nada são culpados.
A família nunca se separa, nem se desestrutura. Quem se separa são as pessoas. E essas só se desestruturam se não avaliarem bem as suas responsabilidades perante a família.
Anna Narbone de Faria é advogada, especialista em Direito de Família
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